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mar III

15 Jul

Hoje fui ouvir o mar, acalma-me. Tentar perceber nas ondas um conselho, das muitas mágoas que o mar já ouviu deve saber consolar a minha alma. Tento deixar lá algumas dores, mas o que ficam são apenas lágrimas na imensidão daquelas águas. Lágrimas que se juntam à infinidade de lágrimas e dores que o mar já sentiu. Acalmas-me mas não me curas, não me limpas as feridas infeccionadas com dor e sofrimento, não cicatrizas os cortes. Fazes-me companhia mas não preenches o vazio da solidão que sinto. Apaziguas-me mas não apagas o fogo da guerra que me tortura. As tuas ondas não levam toda esta dor, trazem mais melancolia à minha alma. Recordas-me o amor mas não trazes a sereia dos meus sonhos. Mesmo assim, adoro a tua companhia mar, adoro o som das tuas ondas, adoro a calma temporária que me transmites, adoro…

praia de aver-o-mar

 
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Publicado por em 15 de Julho de 2011 em alma, angústia, dor, mar, sofrimento, solidão

 

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